Fiz pós graduação em prótese e amo atender gente mais velha e pacientes adultos... raramente atendo pacientes especiais. Mas fiquei surpresa como essas pessoas podem ser queridas e tranquilas em uma consulta.
E isso me fez pensar um pouco: eu atendo tanta gente insegura, tanta gente ansiosa, com medo enorme de dentista - jovens, velhos, homens e mulheres. Não seriam todos eles pacientes especiais também??
Claro que a nomenclatura vem da necessidade especial que aquela pessoa tem, mas nem sempre isso quer dizer que os outros não devam ser tratados como especiais. E isso vale para nossa vida como um todo.
Uma vez tive uma amiga (tive, porque perdemos o contato - ou o ponto de contato) que me disse que só tinha amigas de um certo nível intelectual parecido com o dela para cima; que suas amigas tinham que ter um padrão que ela tinha estabelecido ou essa pessoa nao era considerada legal. Isso, na época me fez pensar que essa teoria é totalmente furada!! Eu tenho amigas queridas de todos os tipos de estilo financeiro e intelectual e estético e hetário e não acho que elas têm que ser desmerecidas de sua condição especial. Cada uma contribui de uma maneira na minha vida: a melhor amiga para compras, a melhor amiga para me abrir num momento triste, a melhor amiga para a balada, a melhor amiga para trabalhar, a melhor amiga para fazer ginástica, a melhor amiga virtual...são tantas as opções.
As pessoas nao deviam ser tratadas objetos passíveis de descarte só porque não fazem parte de uma "normalidade". Quem inventou que todos devemos nos rotular e caber num determinado padrão?? Quero pontos de contatos de todos os lados e não só de um tipo. Se isso fosse o certo, teríamos apenas molares na boca, não acham??
sil e o tico - meu paciente especial!